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Transparência fiscal está relacionada aos princípios defendidos pelo VIVA, falou diretor José Roberto Lobato

10 de abril de 2017 Notícia

Transparência fiscal está relacionada aos princípios defendidos pelo VIVA, falou diretor José Roberto Lobato

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A falta de transparência fiscal é um dos principais entraves à reforma tributária. E tal entrave, na opinião do Diretor de Assuntos Estratégicos e Comunicação, José Roberto Lobato, está diretamente relacionado às distorções do tributo da base do consumo, que afetam a parcela mais pobre da população.  O argumento foi usado durante participação no evento ‘Paraísos Fiscais, Offshores e o Mercado Imobiliário da Cidade de São Paulo’, uma iniciativa da ONG Transparency International, nesta segunda (10).

Em um cenário mais otimista, pós-reforma, a transparência fiscal seria, efetivamente, tal qual um sujeito ativo que combate a corrupção e a formação das redes de sonegação. Para Lobato, “ela estaria vinculada ao tributo como porta de entrada para a cidadania”. Em outras palavras, a transparência fiscal estaria no limiar entre as informações disponibilizadas pelo fisco e o direito do cidadão.

Esse, inclusive, é um dos princípios defendidos pelo projeto da Afresp, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), chamado Movimento VIVA: “O imposto que queremos é porta de entrada para a cidadania”.  Não é pretensão do Movimento apresentar uma proposta de reforma tributária, nem propor ao Congresso uma nova legislação, mas defender uma série de princípios norteadores.

Hoje, a complexidade do sistema tributário facilita “encobrir a carga tributária de quem mais paga o tributo, que é o consumidor”, reforçou o diretor. “Isso está relacionado com a degradação do modelo de tributação e os casuísmos que trazem opacidade”, completou.

O excesso de normas tributárias também afeta diretamente as administrações tributárias, já que estão concatenados entre si. Além disso, os tratamentos criados aos contribuintes do mesmo setor geram assimetrias e isso provoca uma “corrente de mitigação de problemas causados pelo próprio desajuste do tributo”, falou Lobato.

Resultado: o tributo atua de maneira reversa aos interesses da sociedade, afeta o ambiente de negócios, causando insegurança jurídica, e influencia o desempenho da administração tributária, que é a vítima desse sistema. É neste sentido que o projeto traz o fisco como um dos protagonistas da mudança.

Para Eurico de Santi, da FGV-SP, os Agentes Fiscais, há muito tempo, estão atentos ao princípio da transparência. Hoje, o VIVA “conflui com o tema da transparência, já que tem a finalidade de mostrar o poder da legalidade tal qual ela é”, falou. Resumindo, é preciso que o fisco mostre seu trabalho, para que, na outra ponta, a sociedade o valorize.

Sobre o evento

Lobato compôs a última mesa redonda do evento, juntamente com Eurico de Santi, da FGV Direito SP; Laura Barros, da Controladoria Geral do Município de São Paulo, e André Macedo, da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (ABRASF). A Afresp, juntamente com a Bureau Van Dijk, patrocinou o evento.

O evento é o lançamento do estudo da ONG Transparency Internacional, que investiga a lavagem de dinheiro no mercado imobiliário na cidade de São Paulo. A organização acredita que os cidadãos têm o direito de saber as informações detalhadas sobre os proprietários reais das empresas e que, trazendo essa informação a público, o combate à corrupção será mais eficaz.

Segundo o site da organização, dados mostram o quão fácil é dissimular a identidade dos verdadeiros proprietários, que detêm mais de US$ 2.7 bilhões em propriedades abertas em paraísos fiscais só na capital paulista. O montante corresponde a 3.452 propriedades registradas em nome de 236 empresas controladas ou vinculadas a paraísos fiscais, como Panamá, Ilhas Virgens Britânicas, Uruguai e Suíça.

Mais informações sobre o estudo, clique aqui (conteúdo em inglês).


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