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Cota de maio – Poderíamos estar comemorando os R$ 499,00, mas ainda não é o momento

28 de maio de 2021 Amafresp

Mantendo o compromisso de explicarmos todo mês o valor da cota, comunicamos o valor a ser cobrado em maio: R$ 499,00. Antes de comemorar, gostaríamos de esclarecer que a situação ainda não é a ideal.

No relatório que justificou o aumento do valor da cota cobrado em abril, R$ 580,00, informamos que a previsão foi de R$ 623,11. Destacamos que o valor cobrado em cada mês está fortemente baseado numa previsão (veja a matéria de como é calculado o valor da cota cobrado todo mês).

Portanto, nos relatórios mensais, informaremos os custos efetivos do mês que passou, com o valor real da cota e a previsão do mês corrente.

Cota real de abril

O mês de abril apresentou um aumento nos custos assistenciais, confirmando a tendência exposta no relatório anterior de alta e retomada dos serviços em relação ao período da pandemia. Em relação à média dos últimos 12 meses, houve um aumento de 15,33% e 7,47% em relação ao mês de março, sendo que o aumento de R$ 1.465.467,00 em abril foi decorrente dos aumentos nos custos das internações (R$ 535 mil), exames (R$ 350 mil,) quimioterapia (R$ 200 mil) e terapias (R$ 200 mil). Como esperado, as internações representaram o maior volume das despesas da Amafresp com 59% de representatividade. Nos gráficos abaixo podemos verificar essas informações:

Constatamos que as internações pagas no mês de abril permaneceram com o custo acima da média dos últimos 12 meses (8,65%). Contudo, a quantidade ficou acima da média em percentual menor (3,4%). Dessa forma, constatamos que o custo médio das internações foi 5,08% maior que a média do período.

Identificamos que o uso das diárias de UTI foi alto e, como reportamos no boletim anterior, o custo de um dia na UTI é em média 3 a 4 vezes o valor de um dia em apartamento. Dessa forma, conseguimos afirmar que o aumento no custo médio da internação foi atrelado à maior utilização das diárias de UTI. Em relação à média, o mês de abril ficou 13,48% maior.

O custo dos exames ficou 31,82% maior que média do período e 11,63% em relação a março. A quantidade seguiu o comportamento com um aumento de 29% em relação à média e 5,72% em relação a março. O aumento nos exames está relacionado à maior utilização pelos associados.

O aumento das quimioterapias e radioterapias foi relacionado ao maior número de pacientes atendidos. O aumento nos custos foi de 8,02% em relação à média e 18,54% em relação a março. Quanto aos pacientes, houve um aumento de 28,26% em relação à média do período e 32,73% em relação a março. Contudo, verificamos que uma parte do aumento está relacionado a um problema de cobrança do Hospital A. C. Camargo (Hospital do Câncer), que relataremos adiante.

As terapias apresentaram um aumento tanto em quantidade 29,83% quanto no custo 21,02%, ambos em relação à média do período. Dessa forma, o aumento foi relacionado a maior utilização por parte dos associados.

Apuramos que as terapias que sofreram maior aumento são as chamadas terapias simples, como fisioterapias, fonoaudiologias, psicoterapias, RPG e nutrição. Estes procedimentos indicam uma tendência preocupante de retomada dos atendimentos eletivos, reduzidos durante a pandemia.

Corroborando com a tendência preocupante de retomada dos atendimentos eletivos, as consultas repetiram o comportamento do mês de março. Abril foi o mês com a maior utilização dos últimos 12 meses. Em relação à média, houve um aumento de 33,92%. Este aumento foi relacionado com a maior utilização pelos nossos associados, como podemos observar no aumento da quantidade, 33,66% acima da média do período.

Quanto ao uso de pronto socorro, no mês de abril identificamos um aumento na quantidade de passagens e no valor. Em relação à média, houve um acréscimo nos custos 38,95% e 31,48% na quantidade de passagens. Como o aumento no valor foi superior a quantidade de atendimentos, concluímos que cada passagem no pronto socorro ficou mais cara.

Isso chamou nossa atenção e passamos a avaliar os atendimentos em pronto socorro e identificamos uma maior utilização de procedimentos (atos médicos como pequenas cirurgias, suturas, desbridamentos, imobilizações, tratamentos conservadores, entre outros) e serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento (exames e terapias).

Confirmamos que em abril, assim como em março, o valor continuou sendo influenciado pelos atendimentos de Covid-19, ou seja, maior procura, maior valor.

Portanto, o valor da cota real de abril apurada agora em maio, mostrou que a previsão estava correta.

Previsão da cota de maio

Para o mês de maio temos uma previsão de queda no valor da cota, em comparação a março e abril.

Resumidamente, podemos dizer que os motivos da redução na previsão foram:

  • Queda no valor das internações em alguns dos nossos principais credenciados;
  • Término de uma negociação com o Hospital AC Camargo, que contribui para o aumento da cota de março e abril;
  • Redução do número de consultas, que por sua vez contribuiu para a redução dos custos com serviços de diagnósticos e terapias;
  • Redução nos atendimentos de Covid;
  • Aumento nas cobranças de reciprocidade;
  • Devolução da taxa de administração pela Afresp.

Em virtude de um problema no sistema de informática no envio das contas pelo Hospital AC Camargo Hospital do Câncer, havia contas de internações que estavam represadas no hospital. Essas contas somavam R$ 1.500.000,00. Nas negociações e ajustes de faturamento, acertamos um desconto de 10% sobre essas contas e pagamos o saldo em duas parcelas:  uma de R$ 400.000.00 em março e outra de R$ 1.000.000,00 em abril, além do faturamento do mês. Não temos mais essas parcelas para maio, e, portanto, a previsão do valor a ser pago para o AC Camargo em maio deverá se manter na média dos últimos 12 meses que foi de R$ 920.000,00.

No caso específico do Hospital Nove de Julho, que fatura até o dia 05 de cada mês, temos uma queda no valor das internações em maio quando comparamos com março e abril. Em março, os cinco pacientes, que geraram os maiores valores de internação, somaram R$ 800.000,00.  Em abril, as cinco maiores internações somaram R$ 900.000,00, enquanto, em maio, as cinco maiores não ultrapassam R$ 200.000,00.  Em relação ao faturamento total do referido hospital, os valores de março, abril e maio ficaram, respectivamente, em R$ 1.115.938,60, R$ 1.755.296,76 e R$ 619.098,22.

Já no caso da UNIMED, que também fatura até o dia 5, temos o valor de março a maio que foram de R$ 2.600.947,89, R$ 3.514.057,40 e 1.993.927,60, respectivamente. Ou seja, em maio ocorreu uma queda de 23% em relação a março e de 43% em relação a abril. Novamente, essa queda do valor em maio foi em decorrência das internações. Em maio não temos internações de custos elevados, enquanto em março tivemos duas de custo elevado e em abril quatro.

Em relação às consultas, também tivemos diminuição no faturamento de maio quando comparamos com março e abril, sendo cerca de 24% de queda em relação a março e de 26% em relação a abril. A queda nas consultas, por sua vez, historicamente acarreta redução nas faturas dos serviços de diagnósticos e terapias, sendo 13% em relação a março e 23% em relação a abril.

Em relação às receitas de reciprocidade, em maio também tivemos elevação no valor recebido, R$ 2.202.894,96, enquanto em março esse valor foi de R$1.241.304,25 e em abril de R$1.624.351,07.

Observamos, ainda, uma diminuição nos casos de Covid-19 nos últimos dias de abril e início de maio, o que também reflete na redução da previsão do valor da cota.

Para o cálculo da previsão da cota de maio, também foi considerada a devolução da taxa de administração que a Amafresp pagou a mais para a Afresp no ano de 2020. O valor foi devolvido em uma única parcela e totalizou R$ 2.307.136,68.

Portanto, em razão dos fatos apresentados, a previsão da cota de maio foi bastante inferior à de abril. Lembramos que só teremos o valor da cota real de maio no início de junho, bem como a composição efetiva que levou à queda.

Em 5 de maio, a previsão do valor da cota a ser cobrada em junho foi de R$ 423,09. Entretanto, fixamos o valor da cota de maio em R$ 499,00 por dois motivos:

  1. Tivemos que transferir R$ 883.596,35 para o fundo de reserva vinculado à ANS, pois estávamos abaixo do valor exigido por tal fundo. O valor exigido é de R$ 21.573.753,33 e o valor aplicado era R$ 20.690.156,98.  O valor transferido corresponde a R$ 24,92 por cota;
  2. Conforme informamos no relatório anterior, desde setembro de 2020, temos feito resgates no fundo de reserva da Amafresp previsto no nosso regulamento, que totalizaram R$ 17.229.366,06, enquanto fizemos somente um aporte de R$ 102.475,25. Portanto, a cobrança de mais R$ 50,99 no valor da cota foi para cobrir parte dos resgates realizados. Veja tabela abaixo:

OBS: No início de junho teremos o custo e a cota real de maio.

É importante frisar que, apesar de termos a boa notícia de redução da cota para o mês de maio, nesta última semana do mês, pudemos observar no setor de autorizações de procedimentos da Amafresp um aumento dos sinistros. Portanto, reforçamos o pedido de uso parcimonioso e prudente da Amafresp de forma a achatar a curva de utilização durante a implantação das medidas que estão em estudo, conforme relatório anterior.

Aproveitamos para informar que estamos preparando um ofício a ser encaminhado ao conselho deliberativo nos próximos dias, no qual propomos a redução da taxa de administração de 7% para 6%, em função do valor devolvido para a Amafresp, referente ao exercício de 2020, além do histórico de devolução dos últimos anos. Isso também contribuirá para a redução do valor da cota.

Por fim, vale reforçar nossa confiança na estruturação das medidas em estudo, que no conjunto significarão a redução do patamar do valor da cota.

Por tudo que foi relatado, reforçamos que o valor da cota de R$ 499,00 a ser cobrado não deve ser comemorado. Temos que comemorar se em 2021 tivermos uma redução consciente do uso da Amafresp.

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