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Uma nova proposta de Reforma Tributária e os impactos da sonegação nos municípios

Uma nova proposta de Reforma Tributária e os impactos da sonegação nos municípios

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O segundo período do primeiro dia do II Workshop, que acontece na sede da Afresp, foi mediado pelo secretário Adjunto da Afresp, José Roberto Lobato, e teve a participação do advogado e membro do Núcleo de Estudos Fiscais da Escola de Direito da FGV/SP, Eurico Marcos Di Santi, e o presidente da Associação Paulista de Municípios (APM) e prefeito da cidade de São Manuel [interior de São Paulo], Marcos Roberto Casquel Monti.

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O moderador da mesa José Lobato cumprimentou os palestrantes e os promotores do evento, João Marcos (Fenafisco), Alfredo Maranca (Sinafresp) e Rodrigo Spada (Afresp), e comentou que a mesa tem uma característica curiosa. “Trata de dois problemas e um deles não está ligada diretamente à sonegação, que é o tratamento da Reforma Tributária. A reforma associada a sonegação, ela indica  de alguma maneira uma correlação entre sonegação e qualidade do tributo”, comentou o diretor da Associação. Ele continuou dizendo que é interessante a participação dos municípios de um evento de Fiscos Estaduais “isso porque no Brasil, os municípios são entes federativos com capacidade tributária própria”.

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Eurico Di Santi apresentou o tema ‘Uma nova proposta de Reforma Tributária’, sob a perspectiva de que é importante pensar e refletir a tributação sobre o consumo. “O Brasil está em primeiro lugar no problema da tributação sobre o consumo”, disse o doutor. O sistema tributário é completo de regras e sobre cada mercadoria há vários tributos. “Existe um sistema tributário para cada setor, que operam ao mesmo tempo e em cada um dele, não existe ilícito ou lícito”, analisa.

O tributo sobre o consumo deveria ser pensado como contribuinte de direito (paga juridicamente, não paga economicamente, mas financia campanha política) e contribuinte de fato (paga economicamente, mas não é reconhecido pelo direito. Além de não pagar juridicamente e não discutir tributação nas eleições). É neste cenário que surge as operações Zelotes, Zinabre e a máfia ISS. O Advogado falou que o grande desafio é reconstruir o sistema e esses 8.709.120 sistemas criam uma hipercomplexidade tributária. “A simplicidade resulta e menos critérios jurídicos e distinções. Quanto maior o direito, equivalente será a insegurança jurídica e, quanto menos arrecadações, teremos menos direito e justiça. No Brasil, existem várias interpretações e como sair deste círculo viciante?”, mostra Eurico.

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A sociedade não precisa fazer uma reforma tributária que necessita da União. É possível propor uma reforma: a reforma ideal que os contribuintes querem. É importante identificar as ideias-forças para uma reforma de qualidade do sistema tributário. “Ele deve ser simplificado, transparente (quem consome é o cidadão), neutro (paga a mesma alíquota jurídica ou física), equidade (importante o tributo sobre a renda) e, é fundamental haver a arrecadação (muitos não pagam e o sistema tributário tem mais exceções do que regras, o que gera a hipercomplexidade)”.

Um dos pontos abordados foram as sete características da Contribuição Geral sobre o Consumo (CGC): arrecadação (a função do moderno imposto tipo IVA é arrecadar sobre a base do consumo. Quanto quer contribuir?); não cumulativo (imposto sobre o valor agregado (IVA); deve incidir sobre a base ampla, ou seja, deve alcançar toda a universalidade de bens e serviços, e de todas as formas de organização econômica; ser uniforme (alíquota única para todos; desonerar completamente as exportações, não deve onerar o investimento e por fim, acabar com a tributação por dentro, isto é, a base de cálculo da CGC deve ser a receita líquida de impostos. “A neutralidade não afeta os preços e a alíquota paga pelo consumidor ao longo da cadeia de produção e comercialização resulta em transparência. Com a alíquota igual e com uma legalidade única, pode ser oferecido segurança, simplicidade, transparência e controle”, finaliza Eurico.

O impacto da sonegação nos municípios
O prefeito de São Manuel, interior de São Paulo, Marcos Roberto administra 40 mil habitantes e apresenta a todos os problemas de uma cidade grande. “Represento e sinto o dia a dia. O ISS é o único imposto do município. Em 2015, foram 58 bilhões de ISS, então o município tem sim, a capacidade de arrecadação”, explica. Marcos Roberto comenta que a união é responsável por 75% de tudo que é arrecadado. “Já pensou que o modelo de hoje está esgotado (educação, saúde) e precisamos definir competências para depois falar em distribuição nos municípios. É necessário discutir o papel de cada ente federado.

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O primeiro dia de palestras foi enriquecedora para todos os participantes que prestigiaram o II Workshop: Pacote Antissonegação, com a presença de 100 colegas, entre eles os deputados Orlando Bolçone, Carlos Giannazi; o ex-presidente do Conselho Deliberativo da Afresp, Luís Augusto Sanches.

Rodrigo Spada (presidente da Afresp e vice-presidente da Febrafite, representando Roberto Kupski) agradeceu a presença de todos, em especial do João Marcos (Fenafisco) e Alfredo Maranca (Sinafresp). “As palestras foram enriquecedoras, e ficou claro, que o sistema tributário é opaco e não é neutro. A Afresp se sente honrada por ser o berço destes projetos e ideias que podem transformar o Brasil em um país competitivo”, expressou.

 

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