A Diretoria Executiva da Afresp vem, diante de seus associados e de toda a classe dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, manifestar o seu repúdio à utilização de denúncias anônimas como forma de combate à corrupção ou de exercício de oposição e faz isso como afirmação de seu compromisso com a ética e com o respeito humano. São esses os primeiros e os maiores valores expressos no guia estratégico, que orientam suas ações e motivam o presente Manifesto.
A classe fiscal de São Paulo passa hoje pelo momento mais difícil de sua história, assistindo a um acelerado processo de perda de prestígio, o qual se apresenta sob diversas formas, sendo a queda dos seus níveis de remuneração a mais visível delas. Há, portanto, razões bastantes para descontentamento e para o surgimento de uma oposição legítima à direção da Administração Tributária. Tais razões, no entanto, não podem e não devem justificar a utilização de instrumentos de luta onde seu autor não se apresenta e, mais que isso, onde a solução se dá fora do jogo democrático e dos instrumentos da legalidade. A Afresp repudia a corrupção tanto quanto repudia a denúncia anônima como ferramenta de combate. Ambos padecem de um mesmo vício de origem: a falta de transparência e a ocultação das reais intenções de quem a pratica. Tanto num caso quanto no outro essa ausência é patente.
Estamos vivendo um momento muito difícil, com problemas agudos e ameaças que provocam divisões quase insuperáveis na classe, além de muito sofrimento e anomia. A classe fiscal do Estado de São Paulo não pode se sujeitar a manobras que só a desmerecem. Isso em nada contribui para sua independência e altivez.