Confira as novidades do projeto de Educação Ambiental de Ribeirão Preto

Confira as novidades do projeto de Educação Ambiental de Ribeirão Preto

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A Regional de Ribeirão Preto fez uma parceria com a empresa Vereda Viva, de Consultoria Ambiental, e vem realizando ações de educação ambiental na cidade. O primeiro evento foi uma reunião informal com associados e moradores do Recreio Internacional, onde se encontra o Centro de Convivência, no dia 13 de junho. A outra atividade foram as vivências com alunos do 1° ao 5º ano, na EMEF Eponina Britto Roseto, que aconteceu no dia 29 de julho.

Foram também publicados artigos sobre meio ambiente no site da Afresp. Veja abaixo o terceiro artigo da campanha.

Tudo está ligado: as origens da crise hídrica

Moramos em um país tropical e somos muito privilegiados. Em nosso território possuímos, na Amazônia, a maior bacia hidrográfica do mundo; no Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do planeta; no Aquífero Guarani, uma incrível quantidade de água subterrânea. Com tamanha abundância, estamos longe de problemas relacionados à falta de água, certo? Errado! Apesar de abundantes, os recursos hídricos não estão distribuídos igualmente pelo território brasileiro, sendo que as maiores quantidades de água estão situadas em regiões menos populosas. Além disso, pesquisas apontam que o consumo abusivo e o desperdício, bem como a falta de saneamento, o desmatamento, a construção de hidrelétricas, o uso de agrotóxicos nas lavouras, entre outros, tem contribuído para a perda acelerada da quantidade e qualidade de tão precioso recurso em nosso país.

A população brasileira, assim como a população mundial, tem crescido de modo exponencial. Há apenas 100 anos, o Brasil possuía cerca de 30 milhões de pessoas. Em 2015, já ultrapassamos os 190 milhões e, embora em ritmo menos acelerado, continuamos crescendo. Além do número de habitantes, outro fator importante mudou nos últimos 100 anos: o estilo de vida e o padrão de consumo dos brasileiros. Hoje, estima-se que mais de 85% da população brasileira vive nas cidades, cada vez mais infladas, que não desenvolveram sua infraestrutura no mesmo ritmo de crescimento da população.

No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e é definido como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza e drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. Juntos, estes serviços contribuem para a preservação da água, a melhoria da qualidade do ambiente em que vivemos, a saúde e educação, a expansão do turismo e a valorização dos imóveis, entre outros. No entanto, 34 milhões de brasileiros ainda não tem acesso à água encanada; 103 milhões de pessoas não estão conectadas às redes de esgoto; mais de 62% dos esgotos gerados em nosso país não são tratados!

Outro fator que tem afetado a qualidade de nossa água é o desmatamento, ou seja, o corte de nossas florestas para a ampliação das áreas de pastagem, agricultura e outras atividades. As florestas ciliares ficam no entorno dos rios, córregos e lagos, e são assim chamadas porque protegem esses corpos d’água como os cílios protegem nossos olhos. Essas florestas protegem o solo e impedem a formação de erosões. Quando as florestas ciliares são removidas, o solo fica exposto e é levado pela chuva e pelo vento até o fundo dos córregos, rios e lagos. Esse fenômeno, conhecido como assoreamento, torna os rios cada vez mais rasos, o que pode levar ao seu desaparecimento.

Não bastassem todos os fatores de degradação da qualidade da água que vêm ocorrendo em nosso país, a água limpa e tratada ainda é desperdiçada. No Brasil, quase 68% de toda a água captada é destinada ao abastecimento da agropecuária, 18% é destinada ao uso doméstico e 14% à indústria. Cada setor da sociedade que consome água tem a sua parcela de responsabilidade. Nas cidades, por exemplo, o desperdício tem início nos vazamentos do sistema de distribuição, que chega a 50% da água distribuída em algumas cidades, até os atos corriqueiros de uso desnecessário da água, como lavar calçadas e carros frequentemente.

A recente crise hídrica que atinge a região sudeste do Brasil não surgiu apenas devido à diminuição das chuvas nos últimos anos. Diversas são as causas que têm contribuído para o seu estabelecimento e, a cada ano, estes fatores se tornam mais graves. Mais do que nunca, a nossa contribuição pessoal para a preservação de tão precioso recurso é essencial, e a cobrança de medidas por parte de nossos governantes, urgente.

Anayra G. Lamas Alcantara/Aloysio de Pádua Teixeira
VEREDA VIVA Consultoria Ambiental LTDA

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