Inteligência cibernética é um dos temas abordados pelo 12º Enif
[datar]A inteligência cibernética e suas aplicações no Exército Brasileiro foi uma das pautas discutidas no 12º Encontro Nacional de Inteligência Fiscal (Enif), nesta quarta-feira (21). A cerimônia foi promovida pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e realizada na sede da Afresp, na capital paulista. O evento acontece até a próxima sexta-feira (23).
Para discorrer sobre o tema, o coronel Marco Antônio Martins dos Santos realizou um breve panorama sobre as ações adotadas pela Defesa Nacional na área de inteligência militar. Segundo ele, o tema deve ser discorrido baseado na lei ordinária nº 9.883/1999, da qual se instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN).
Este sistema, por sua vez, tem como principal finalidade integrar ações de planejamento e execução das atividades de inteligência nacional, protagonizadas pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), órgão da Presidência da República. O palestrante ainda completou sua fala reforçando que tal qual um investigador, “na inteligência militar, os profissionais não procuram por provas, mas, sim, primam pela verdade dos fatos”, afirmou.
Ações efetivas
Segundo Marco Antônio, a inteligência militar fornece estrutura adequada às autoridades governamentais. Sua sistemática passa pelo planejamento de ações, seguida pela execução e acompanhamento, até a avaliação de políticas federais.
Além do trabalho analítico de averiguar os dados e transformá-los em fontes de informação, o profissional de inteligência militar poderá transitar de maneira interdisciplinar pelas áreas do conhecimento.
Dentro da inteligência geográfica, por exemplo, existem ferramentas adequadas que somadas à expertise do profissional diagnosticam o local preciso dos fatos. Já na inteligência de fontes abertas, o analista pode se deparar com excesso de dados. “Neste caso, é preciso verificar o histórico da fonte e analisar se ela é confiável”, reforçou dizendo que lapidar dados brutos é um dos principais cuidados que o especialista deve ter.
No caso da inteligência cibernética, ações efetivas do Estado são adotadas no ambiente virtual a fim de controlar ataques realizados em sites e redes sociais pelos haters, bem como ações que driblam a mídia tradicional por meio do ativismo na rede nas mãos de hackers.
Guerra cibernética x defesa cibernética
Se a pauta versava sobre questões envolvendo a guerra cibernética, que combate o uso ofensivo de informações na rede, hoje, a defesa cibernética toma lugar de protagonista. “Nossa prioridade é proteger os sistemas de informação de interesse da defesa nacional”, alertou.
Para se defender de ataques na rede, é realizado um planejamento nacional estratégico integrado com o Ministério da Defesa, que preserva e protege as informações de interesse da Defesa Nacional, obtém dados para produção do conhecimento, bem como realiza ações de bloqueio do sistema do oponente.
Privacidade virtual
Se Hannah Arendt, filósofa alemã influente do século XX, já discorria sobre as fronteiras entre o espaço público e privado, para além da “banalidade do mal”, é porque as nuances entre a linha que separa o virtual do real são muito tênues.
A atualidade da problematização do tema foi questionada ao final da palestra por Marco Antônio. “Quem é que está nos observando?”, indagou ensaiando um questionamento voyeur aos presentes. A pergunta que fica nos faz pensar e repensar sobre a privacidade virtual, como um tema que deve ser pautado em consonância com alterações legislativas na esfera internacional, bem como ampliando o acesso à criptografia, que protege informações e garante o acesso às mensagens somente por indivíduos autorizados.