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Associados de Araçatuba pedalam por 900 km pela Amazônia

28 de setembro de 2017 Notícia

Associados de Araçatuba pedalam por 900 km pela Amazônia

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Enquanto algumas pessoas preferem passar as férias na praia, em uma cidade turística no Brasil ou exterior, em um cruzeiro ou perto dos pais e parentes, os colegas Felipe Monteiro dos Santos e Igor Hideaki Neves Ura, de Araçatuba, traçaram um roteiro diferente. Pedalaram quase 900 km em 12 dias pela rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, no norte do país.

Mas a decisão de sair pedalando pela Rodovia Fantasma, como também é conhecida a BR-319, não foi sem pensar. “Foi na hora do almoço, aqui na Regional da Afresp, tomando meu cafezinho, que comecei a pensar em querer conhecer o norte do país. Aí encontrei esse roteiro da Rodovia Fantasma”, conta Santos.

E ele não estava sozinho. Enquanto pensava na ideia de pedalar por lá, ele comentou com o colega Neves que queria fazer um passeio diferente nas férias – mas, diferente de Santos, ele pretendia fazer o mesmo caminho em uma moto. No fim, prevaleceu a bike como veículo e foi ela quem os levou pela BR-319.

Uma vez decidido o trajeto e o meio de transporte, faltava a preparação física – afinal, foram 900 km em uma bicicleta. “Nos preparamos por quatro meses fazendo viagens curtas. Nesse período, fomos para Lins: pedalamos 110 km no sábado e 110 km no domingo”.

E chegaram as férias: o roteiro aventureiro foi feito entre os dias 25 de agosto e 6 de setembro. É hora de arrumar as malas e equipamento para enfrentar a estrada – barraca, saco de dormir, fogareiro portátil, panelas de camping, e um filtro, que possibilita beber a água de rio no caso de não haver água potável disponível.

No cardápio, arroz, batata palha e atum ou sardinha em lata. “Nos perguntaram se comer sempre a mesma comida enjoa. Mas, depois de fazer muito esforço pedalando, a fome era tão grande que a comida vinha sempre em boa hora”, lembra. Além de alimentar-se, encontrar o lugar de dormir era outra preocupação. Saindo de Manaus, eles passaram por cidades de porte médio, como Humaitá e Manicoré, e também por pequenos vilarejos.

“Dormíamos onde dava. Em alguns lugares, armamos as barracas nos quintais das pessoas. Em outros, nos acampamentos do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ou debaixo das torres de telefonia da Embratel, que eram protegidas por uma cerca – porque existia o risco de aparecer onças à noite”.

A Rodovia Fantasma não leva esse nome à toa. Nas extremidades (saindo de Porto Velho e de Manaus), ela tem asfalto e permite desenvolver velocidades mais altas. No meio do trajeto, os buracos e a areia tomam conta – esse foi um dos três problemas que Santos enfrentou no seu passeio. “O solo é muito irregular, com trechos de asfalto e com cascalho misturado com barro. Foi difícil também encarar as altas temperaturas. Às 8h já estava 30ºC. No meio do dia, 35ºC, e é um calor muito úmido. Além disso, teve a poeira. O clima estava seco, e os caminhões que passavam por nós levantavam um pó fino, que não nos deixava enxergar nada à frente”, recorda.

Mas nem tudo foram espinhos. Por mais difícil que tenha sido enfrentar essas condições adversas, Santos não vai esquecer da solidariedade das pessoas que encontrou no caminho. “Me impressionou a receptividade dos locais. Eles estão dispostos a dividir o pouco que têm com você, pode ser comida ou água. Tudo por lá é difícil, energia elétrica vem dos geradores, e não é o dia todo. A água é do poço. Eles se ajudam entre si e dão uma lição de solidariedade em nós”.

Os AFRs tomaram tanto gosto pela aventura que já estão planejando as próximas. “Estou vendo como é o circuito europeu em Santa Catarina, também o Caminho de Santiago…mas precisamos organizar tudo primeiro”, encerra.


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