Regional de Ribeirão Preto realiza campanha de educação ambiental; confira o sexto artigo da série
[datar]A Regional de Ribeirão Preto fez uma parceria com a empresa Vereda Viva, de Consultoria Ambiental, e vem realizando ações de educação ambiental na cidade.
O primeiro evento foi um encontro com associados e moradores do Recreio Internacional, onde está o Centro de Convivência, no dia 13 de junho. A outra atividade foram vivências com alunos do 1° ao 5º ano, na EMEF Eponina Britto Roseto, que aconteceu no dia 29 de julho.
Foram também publicados artigos sobre meio ambiente no site da Afresp. Veja abaixo o sexto artigo da campanha.
Novas tecnologias, novos desafios: o que fazer com o lixo eletrônico?
Vivemos uma revolução tecnológica que, nas últimas décadas, tem avançado a uma velocidade impressionante. Hoje, nosso estilo de vida está totalmente associado à utilização de diversos aparelhos eletrônicos e, a cada dia, está cada vez mais difícil acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas. Isso porque a todo instante novos modelos de televisores, câmeras fotográficas, impressoras, celulares, eletrodomésticos etc. são criados, tornando os modelos anteriores obsoletos. Nesta mesma lógica, a durabilidade dos novos produtos tende a ser muito inferior a dos produtos antigos, estimulando o consumo e a rápida substituição dos aparelhos. E quem nunca se perguntou: “E agora, o que faço com essa televisão/ geladeira/ celular antigo?”.
São inúmeras as consequências desta lógica de mercado que, ao mesmo tempo em que aumenta a rentabilidade dos fabricantes e movimenta a economia, gera sérios problemas ao ambiente e ao ser humano, como a superexploração das fontes de matérias-primas e recursos naturais e a geração do lixo eletrônico. Atualmente, o lixo eletrônico é o tipo de resíduo que mais cresce no mundo. Se fosse possível juntar todo o lixo eletrônico gerado no mundo em um ano, seria possível encher 40 estádios do Maracanã, o que equivale a 40 milhões de toneladas!
Mas, o lixo eletrônico é, necessariamente, um problema? Não se estivéssemos de acordo com uma abordagem sustentável: reduzindo o consumo desnecessário, reutilizando os equipamentos sempre que possível, reciclando ao máximo os materiais usados e dispondo de maneira adequada os rejeitos no ambiente. Estudos mostram que poderíamos reduzir o nosso lixo doméstico em até 90% se reduzíssemos o consumo, reutilizássemos e reciclássemos. O problema é que a maior parte deste lixo acaba em locais inadequados, causando contaminação do ambiente e a intoxicação de quem os manuseia. Estes equipamentos possuem plástico de alta qualidade e metais de grande valor, como alumínio, níquel, platina, prata e ouro. Apesar de ser uma prática banida por acordos internacionais, muitos países desenvolvidos enviam seu lixo eletrônico a países como a China, a Índia, e diversas nações africanas, em que a mão-de-obra é barata e as leis permissivas. Nestes países, os trabalhadores desmontam os equipamentos para retirar os metais valiosos e reaproveitar as peças, em condições precárias e se expondo aos resíduos tóxicos. Os materiais rejeitados são descartados em corpos d’água, lixões ou queimados a céu aberto.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), estabelece como um dos pontos fundamentais a “logística reversa”, que facilita o retorno dos resíduos a quem os produziu para que eles sejam tratados ou reaproveitados em novos produtos. Desta forma, o consumidor devolve o resíduo à loja, que devolve ao fabricante para que este cuide do resíduo que gerou. Para que esta estratégia funcione, todos tem que participar urgentemente, pois até agora, a quantidade de lixo eletrônico só tem aumentado.
A União Europeia lidera a forma como gerencia o lixo eletrônico, pois aplica a ideia da produção reversa. Muitas iniciativas de empresas e da sociedade civil têm surgido neste sentido. A transição para uma sociedade mais sustentável exige que indivíduos e empresas reduzam o uso de recursos, reduzam o desperdício e reciclem em níveis locais, regionais e globais.
Infelizmente, ainda é difícil descartar o lixo eletrônico no Brasil, pois não há um sistema organizado para a coleta desses itens. Por isso, a alternativa mais prática é ligar para o fabricante, que deve orientar como manusear os equipamentos obsoletos e onde deve ser feita a destinação. Ainda, existem sites que permitem o rastreamento de pontos de coleta, que estejam mais próximos de você, de inúmeros tipos de resíduos, inclusive os eletrônicos, como o https://www.ecycle.com.br/.
Faça a sua parte para a construção de um mundo melhor!
Referências:
MILLER JR, G. T. Living in the environment: principles, connections, and solutions. 15ª ed. Canada: Thomson, 2007.
INSTITUTO CLARO. Lixo eletrônico: qual o melhor destino para ele? Disponível em: https://www.institutoclaro.org.br/banco_arquivos/cartilha_lixo_eletronico.pdf. Acesso em 15 de outubro de 2015.
Anayra G Lamas Alcantara/ Aloysio P Teixeira
VEREDA VIVA Consultoria Ambiental LTDA